Pré natal na Alemanha x Pré natal no Brasil

Oi, pessoal! Ufa, que meses intensos! Entre a espera pela Taís, uma viagem em família ao Brasil e o trabalho que adiantei para ter uma pausa tranquila de cinco meses, só agora consegui um tempinho para compartilhar um pouco sobre minha experiência de pré-natal aqui no blog.

Hoje, resolvi contar as diferenças, vantagens e desafios das consultas de pré-natal aqui na Alemanha comparadas às do Brasil, quando estava grávida do Diego. Quem sabe isso ajuda quem está vivendo ou vai passar por esse período aqui em terras germânicas!

Pré-Natal no Brasil

Minha primeira consulta no Brasil foi um verdadeiro susto. Com 11 semanas de gravidez, a médica achou que eu estava só com sete, quase perdendo o prazo para o ultrassom morfológico do primeiro trimestre. Não era pelo SUS, mas pela Unimed. Essa experiência acabou me levando a procurar um novo médico.

O próximo obstetra era o único disponível pelo plano, e, para minha surpresa, embora eu preferisse uma médica, ele me transmitiu uma segurança incrível. Apesar do estilo “médico raiz”, que até me liberou do repouso após um pequeno sangramento, me orientando a fazer exercícios para fortalecer o corpo para o parto, senti que estava em boas mãos. A cada consulta, a rapidez e eficiência no atendimento fizeram toda a diferença, e passei a me sentir mais confiante com os cuidados.

Uma coisa que valorizei no Brasil foi a liberdade para escolher onde fazer os ultrassons e exames. Por opção, escolhi o Lume Diagnósticos, onde um médico que já tinha atendido minha família foi super atencioso e me ajudou a ficar tranquila após o sangramento. E a conveniência de fazer exames no Laboratório São Marcos, perto da casa da minha mãe, também facilitava o acompanhamento do pré-natal.

Pré-Natal na Alemanha

Aqui na Alemanha, vivo em Velten, uma cidadezinha perto de Berlim, onde há poucas opções de atendimento pré-natal. Na minha primeira consulta, a médica, que atende praticamente todas as mulheres da cidade, foi bem direta, algo que estranhei, já que no Brasil sentia um acolhimento maior nas palavras.

Lembro da primeira ultrassonografia com sete semanas, quando ela disse, “Ainda não posso confirmar a gravidez; o saco gestacional pode estar vazio”. Fiquei super ansiosa até a próxima consulta, ainda mais por causa da barreira linguística. Meu marido traduzia o básico – “ela disse que está tudo bem” – enquanto eu tentava entender sozinha a conversa entre a médica e ele. Foi só na 11ª semana que vi minha princesa pela primeira vez e tive a confirmação de que estava tudo bem. Que alívio!

Aqui na Alemanha, o pré-natal tem vantagens interessantes, como a coleta de exames diretamente no consultório, o que me poupou várias idas a laboratórios. A cada consulta faço um teste de urina e um outro teste vaginal para monitorar o pH, e a médica usa o ultrassom a cada consulta para que eu possa ver a Taís, algo que, no Brasil, era feito só em momentos específicos.

Outro exame importante foi o Praenatest, oferecido para verificar síndromes genéticas. Pela primeira vez, aos 38 anos, fui classificada como “gestante geriátrica” e precisei tomar uma série de decisões sobre exames. Embora eu preferisse evitar, após a explicação detalhada dos riscos, fiz o teste com receio de um possível risco à minha saúde. Esse exame trouxe uma carga emocional que eu não esperava.

Aqui também temos o Mutterpass, equivalente à caderneta de gestante brasileira, onde ficam registrados os principais exames. Senti falta do modelo brasileiro, onde eu podia ver cada detalhe e acompanhar com mais clareza o que estava acontecendo, já que aqui a barreira do idioma dificulta a compreensão. Me limito ao “está tudo bem” que meu alemão intermediário e meu marido me ajudam a entender.

Para fechar, uma coisa prática e bem-vinda aqui: recebi amostras gratuitas de vitaminas para o primeiro trimestre, e isso foi uma bela ajuda para economizar, já que os suplementos não são cobertos pelo plano de saúde. Usei o Femibion 1 e 2. Tive sorte de ganhar o Maltens Gest de uma amiga que é indicado para os estágios finais da gravidez, e isso me ajudou a manter o acompanhamento vitamínico adequado sem pesar no orçamento.

Outro serviço interessante é a Hebamme que faz um acompanhamento pré e pós parto e é possível ter um acompanhamento no parto também. No meu caso dei sorte e encontrei uma brasileira que faz esse serviço e vai facilitar bastante pra mim, já que ainda tenho apenas o básico do alemão.

Nesse serviço nós fazemos exercícios para alívio da dor, preparação para o parto, orientações a respeito da saúde da mãe e do bebê. É como se fosse um serviço mais detalhado do pré-natal. Parecido com o que é possível fazer no Brasil se você tiver um bom médico ou médica como minhas queridas dra. Letícia Barbosa e a dra. Graziella que fez o acompanhamento de puericultura e consultas de rotina do Diego antes de nos mudarmos pra Alemanha.

Assim que o parto acontecer eu volto com mais informações e faço os relatos de parto e as diferenças entre os serviços daqui da Alemanha e do Brasil. Até mais!! =)

Lívia Monteiro é escritora, produtora de eventos, especialista em gestão cultural e MBA em Gestão de Projetos com aprofundamentos em Dragon Dreaming, Facilitação de processos e Otimização do tempo. Adora falar sobre moda, filmes/séries, livros e viagens. Atualmente está em processo de criação de um novo projeto de autoconhecimento e crescimento com a AmaiLuz Terapias e atua como analista de Marketing Digital e blogueira Modacad.