Quando apreciamos a arte de alguém não devemos perguntar (mas pode perguntar se você quiser rs): “o que você estava pensando quando fez tal obra?”, e sim: “o que essa obra desperta em mim?”. Muito além da beleza, estética, decoração, a arte desperta em nós emoções profundas, por vezes inexplicáveis, trazem sensações de identificação, amor, tristeza, alegria, as vezes até tudo isso de uma vez só… aprendi ontem que arte deve ser sentida e vivida através de trocas de vivências, opiniões, conhecendo diversos universos, pessoas com visões diferentes, algumas com visões bem semelhantes às minhas.
Aproveitando as reflexões que essa nova conexão com a arte me trouxe indico que conheçam as obras de três artistas que estão em exposição no Botequim Sapucaí até dia 17 de setembro. A exposição dos artistas mineiros Bihhel, Eugênia Dornellas e Gabriel Dias teve curadoria de Jocimar Soares da loja Criatividade Coletiva.
Ontem participei da abertura e conheci pessoas incríveis, sensíveis e divertidas. A noite foi embalada pelo som da Dj Eugene, que também é uma das artistas em exposição. A abertura tornou-se ainda mais agradável pelo ambiente muito bem decorado, o chope geladinho, o atendimento acolhedor, recheado de simpatia e a comida excelente do Botequim Sapucaí. Como se não fosse bom o suficiente o espaço ainda abre suas portas para a arte, colaborando para deixar essa charmosa rua de nossa cidade ainda mais atraente e cultural.
Segue abaixo um pequeno texto sobre cada artista para vocês conhecerem e apreciarem:
Bihhel
INSÔNIA é uma figura enigmática. Um personagem camaleão. Um sujeito que percorre noites e faz delas sempre uma tela em branco. Entre seus segredos, coloca cor e vida ali, com olhos vidrados, munido do seu inseparável cachecol. Ele se movimenta entre sonhos, angústias e desejos. Ocupa tempo, espaço e silêncio. Ele sabe que é mais, que pode mais. E sua curiosidade faz com que avance pelos mistérios mais profundos da mente – onde só a noite pode alcançar – para criar um novo universo lúdico, poético e sensível.
INSÔNIA é uma figura enigmática. Um personagem camaleão. Um sujeito que percorre noites e faz delas sempre uma tela em branco. Entre seus segredos, coloca cor e vida ali, com olhos vidrados, munido do seu inseparável cachecol. Ele se movimenta entre sonhos, angústias e desejos. Ocupa tempo, espaço e silêncio. Ele sabe que é mais, que pode mais. E sua curiosidade faz com que avance pelos mistérios mais profundos da mente – onde só a noite pode alcançar – para criar um novo universo lúdico, poético e sensível.
Eugênia Dornellas
Os trabalhos de xilogravura da artista Eugênia Dornellas têm como ponto de partida fotos autorais garimpadas de suas andanças pelas cidades. Os semáforos sempre chamaram a atenção da artista que, em seu processo de criação, investiga as relações entre os sinais, signos e símbolos urbanos e as marcas deixadas na madeira. Em seu ateliê desenvolveu uma técnica onde a subtração da madeira torna-se matéria de composição nos vazios gerados pelas goivas, formando imagens emaranhadas, como os emaranhados das cidades, início de um pensamento que permeia a fronteira do ser para fazer existir o que não era. Neste brainstorming gestual de preenchimento do vazio com o faltante fragmentos da própria parideira foram reanimados formando imagens – linhas, signos, marcas – outras formas, outras possibilidades, outros sinais! Sinal como sinal mesmo, como unidade de composição e repetição, espelhamento. Sinal como significante das obscuridades humanas. Sinal como marcação. Sinal como representação. Sinal como infinitos outros sinais. O que a artista propõe através do seu trabalho é a interação dos signos urbanos com as experiências particulares, de ordem política, social, religiosa e outras de modo a mobilizar o pensamento e o psiquismo para serem expressos ou introjetados. Ela acredita que aquele que transita não é mais ele, é o que deixou, e passa a ser o que levou, é o seu próprio rastro, poeira que vai significar uma Coisa para um outro e para ele mesmo. Invisível, ele é mais um símbolo no emaranhado ou é próprio emaranhado de símbolos, mas que não perde o encanto quando subjetiva o olhar, o cheiro, o ritmo, o paladar, o toque…no momento em que retorna para si as “talhas” que lhe foram retiradas.
Os trabalhos de xilogravura da artista Eugênia Dornellas têm como ponto de partida fotos autorais garimpadas de suas andanças pelas cidades. Os semáforos sempre chamaram a atenção da artista que, em seu processo de criação, investiga as relações entre os sinais, signos e símbolos urbanos e as marcas deixadas na madeira. Em seu ateliê desenvolveu uma técnica onde a subtração da madeira torna-se matéria de composição nos vazios gerados pelas goivas, formando imagens emaranhadas, como os emaranhados das cidades, início de um pensamento que permeia a fronteira do ser para fazer existir o que não era. Neste brainstorming gestual de preenchimento do vazio com o faltante fragmentos da própria parideira foram reanimados formando imagens – linhas, signos, marcas – outras formas, outras possibilidades, outros sinais! Sinal como sinal mesmo, como unidade de composição e repetição, espelhamento. Sinal como significante das obscuridades humanas. Sinal como marcação. Sinal como representação. Sinal como infinitos outros sinais. O que a artista propõe através do seu trabalho é a interação dos signos urbanos com as experiências particulares, de ordem política, social, religiosa e outras de modo a mobilizar o pensamento e o psiquismo para serem expressos ou introjetados. Ela acredita que aquele que transita não é mais ele, é o que deixou, e passa a ser o que levou, é o seu próprio rastro, poeira que vai significar uma Coisa para um outro e para ele mesmo. Invisível, ele é mais um símbolo no emaranhado ou é próprio emaranhado de símbolos, mas que não perde o encanto quando subjetiva o olhar, o cheiro, o ritmo, o paladar, o toque…no momento em que retorna para si as “talhas” que lhe foram retiradas.
Gabriel Dias
Artista autodidata, natural de Belo Horizonte – MG.
Onde reside e realiza trabalhos de artes visuais em diversos suportes como o desenho, pintura de telas e murais.
Seu trabalho se desenvolve na busca pela imagem sintética, que surge através de composições de cores e formas, criando um universo lúdico repleto de elementos da natureza e tradições populares.